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terça-feira, 22 de maio de 2012

ai ai...


Tenho medo de ser apedrejada por um sorriso um sorriso obsceno
Tenho medo de ser reprovada por um cosseno
Tenho medo de ser queimada (viva) por uma teoria
Tenho medo de não agüentar o peso de mais um pensamento
Tenho medo de ficar calada e ter palavras arrancadas

Não tenho medo de dizer que quero se filósofa (quem sabe?)
Não tenho medo de dizer que não conheço Froide
Não tenho medo de dizer que não sei escrever “exeção”
Não tenho medo de dizer que não sou esperta o bastante para escrever mais um verso.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Trigonometria



Trigonometria

As chamas frias fazem minhas mãos latejar
Sua risada cínica ecoa em meus ouvidos ensanguentados

Atrás dele há algum dizer
"Ele quer que eu anote, oh sim, ele quer"

Como poderia?
Meu tato reluta, minhas mãos ardem

A resquícios daquela ditadura...
"Oh, não!"

Meu ventre pulsa em repugnância
"Não há vida nesse testamento, não há"

Ele simplesmente bate seu tridente
E deixa sua coroa de espinhos cair

Sua gargalhada cada vez mais alta
E meu desespero segue seus passos

Para sempre pagarei,
Para sempre...