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sexta-feira, 18 de maio de 2012

Trigonometria



Trigonometria

As chamas frias fazem minhas mãos latejar
Sua risada cínica ecoa em meus ouvidos ensanguentados

Atrás dele há algum dizer
"Ele quer que eu anote, oh sim, ele quer"

Como poderia?
Meu tato reluta, minhas mãos ardem

A resquícios daquela ditadura...
"Oh, não!"

Meu ventre pulsa em repugnância
"Não há vida nesse testamento, não há"

Ele simplesmente bate seu tridente
E deixa sua coroa de espinhos cair

Sua gargalhada cada vez mais alta
E meu desespero segue seus passos

Para sempre pagarei,
Para sempre...

3 comentários:

Carol Carolina disse...

Espetáculo! Traduz sensivelmente as insatisfações de mais da metade dos seres humanos!

Bárbara disse...

A sensibilidade por traz de uma raiva inconpreendida e incontrolável, que representa voz de um conjunto com desejos ocultos porém semelhantes: todos nós. Brilhante!!!

A Velhinha de Taubaté disse...

MOTHER OF GOD.

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