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sexta-feira, 15 de abril de 2016

Aviões de papel

Aviões de papel
São o que eu queria ser
Livres, leves, voadores

Aviões de papel
Se dobram, desdobram

Aviões de papel
Uma página em branco a ser preenchida

Aviões de papel
Apontam para um destino e deixam-se ir

Aviões de papel
Levam o que escrevi

Aviões de papel 
Não cobram passagem

Aviões de papel
Não carregam pessoas, bombas

Aviões de papel
Planam sem plano
Planejam cem planos

Aviões de papel
Só v(o)ão

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Liberdade

Eu decidi que não terei animais de estimação, acredito que todas as vidas devem ser livres.
Acredito que é possível nos libertarmos de tudo aquilo que nos causa qualquer sentimento ou sensação, e atingir um estado de plenitude no qual não precisaremos ser possuidores de absolutamente nada, e possamos apenas fluir.
Provavelmente devem existir diversas religiões que falam sobre isso, me pergunto se alguém já conseguiu esse feito algum dia. Transcender a vida dessa forma. Talvez a morte seja isso, nos desprendermos de tudo, até da existência.
Eu acho que o que eu quero mesmo é me livrar dos meus sentimentos, eles são intensos de mais, e parece que às vezes eu existo tanto que a vida explode dentro de mim e faz do meu corpo uma carapaça vazia, incapaz de atuar por si só mas ainda ali por saber que a vida existente em mim ainda não transcendeu, pelo contrário, ebuli por todos os poros as explosões de um ser intranquilo.
Vou ter uma casa com um quintal grande onde os animais de rua poderão se abrigar e depois ir embora se/quando quiserem, terá sempre comida e água, mas ali não morarão pois não me pertencem, e a eles também não devo nada, apenas transitarão sem abalar as estruturas de minha casa, e sem que eu abale as deles.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Sem Título

Perece um dia lindo lá fora
A luz do Sol entra na sala quase cheia e  contorna os corpos
Daqueles que se opõem a ela
Fazendo parecer que posso ver suas áureas brilhando.
Tudo parece doce ,
Os gritos das crianças que pareceriam irritantes
em qualquer outra ocasião
Neste instante parecem feitos de açúcar cristalizado
E perecem no calor do ar
A janela é grande
O mundo parece ser também
A vida perece quando não é.
No momento minha única preocupação é continuar respirando...



sábado, 13 de junho de 2015

Oi,

Eu sei que gosto mais de você do que deveria
E você faz tudo parecer confuso,
E grandioso,

E a vida deixa de ser uma metáfora
Para a morte

E o papel de parede florido fica com cheiro
De rosas

E cada palavra que você diz é um floreio
Que deixa tudo mais bonito

E você faz a dor se esvair com um orgasmo
Quando chega e diz:

                                 Oi,

Eu sei que gosto mais de você do que deveria

terça-feira, 2 de junho de 2015

Canibal

Ela é vegetariana, mas ama a carne
Ama a carne humana,
A pele de cheiro que a lembra prazer,
O sangue que corre e escorre
dos dedos da sua mão
até seus pensamentos mais íntimos.
Ela beija, morde, lambe a carne
até se satisfazer
E, ao final da refeição, escreve seu nome com os ossos

Enquanto os gritos de sua presa ainda ecoam

domingo, 30 de novembro de 2014

Sobre a Vida e a Morte

É estranho pensar sobre a minha ignorância em relação a tudo. Eu tenho 17 anos e não sei nada sobre nada, mas poderia ter 107 anos e continuaria não sabendo muita coisa.
Leio meus diários antigos e vejo que sabia menos coisas do que sei agora, mas isso não torna o que eu sei agora "muita coisa"; a relatividade do universo me faz crer tanto numa vida insignificante quanto numa vida extremamente significativa, independente do que eu faça ou não com ela. Por isso, descobri, é de extrema importância que eu mesma defina o valor que a vida, e tudo dentro dela, tem pra mim. Claro que isso continua sendo muito relativo, pois em um dia de depressão minha vida, aos meus olhos, terá o valor de uma frase escrita em meu caderno; mas, em um dia de felicidade, a vida terá o valor de uma frase escrita em meu caderno.
Eu vou continuar não sabendo, mas com certeza vou continuar tentando aprender, pois pequenas certezas formam quem eu sou, e as relativamente pequenas ou grandes dúvidas formam o que um dia vou ser.

sábado, 21 de junho de 2014

Pra Sam

É tudo menos tátil agora
Que tento por-te
Em situações imaginárias pra não esquecer-me da sua voz.

Por ti continuo aqui
Escrevendo meus versos cheios de inexplicáveis grandezas
Que tento, com carinho, arrancar de cada parte do meu ser,
Que seja (!) capaz de sentir, querer (,) gritar.

É tudo menos tátil agora
Que não sei mais a qual parte da minha memória você realmente pertence,
A qual parte do meu corpo você realmente pertence (?)

Entre os aparentes parentes parênteses
Pintamos nossa história de azul
Pra que nos afoguemos dentro daquilo que é nosso

(In)significantemente Nosso.